quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O engodo da "liberação" do uso de drogas

Constantemente deparamos no cenário nacional com os depoimentos de algumas personalidades de diversos segmentos sociais (artistas, políticos, ativistas, "oportunistas") concedendo seus preciosos depoimentos acerca da liberação do uso de drogas (atualmente consideradas ilícitas) no Brasil, escudados com o argumento de que tal decisão irá "amenizar" a violência da fracassada "guerra contra as drogas".

De fato concordamos que a estratégia da "guerra contra as drogas" fracassou há muito tempo, mas não por culpa dos "combatentes",  e sim porque a estratégia de prevenção foi ineficiente em alguns casos, aliada à lerdeza do Estado e hipocrisia da Sociedade.

Não se combate as drogas, até porque, as drogas sozinhas, acomodadas em seu devido lugar, não causam mal algum. O que é pernicioso, prejudicial à saúde de certos usuários de tais drogas e à harmonia da comunidade são as consequencias do uso/abuso das drogas (legais/lícitas ou ilegais/ilícitas). As drogas sem o contato com  o ser humano não causam mal algum... o problema é do ser humano, não das drogas.

Há uma hiprocrisia reinante que teima em insistir que com a simples liberação das drogas, com o regulamento  por parte do Estado para o consumo das drogas, isso implicaria em diminuição da violência, da corrupção, etc e tal. Quanta ingenuidade! Será que o Estado dará conta de regulamentar o consumo e distribuição das demais drogas, se sequer consegue controlar o consumo das drogas lícitas (tabaco/cigarro e álcool)? Os mesmos hipócritas que criticam a guerra às atuais drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, etc), se escoram na hipótese de que os confrontos entre as Forças Policiais e os cidadãos infratores (traficantes, etc) é que causam a corrupção, a violência... pois bem, será que essas pessoas desconhecem que grande parte dos fatos sociais criminosos (homicídios culposos/dolosos, acidentes de trânsitos, violência doméstica, agressões físicas, etc) são ocasionadas pelo USO INDISCRIMINADO DAS DROGAS LÍCITAS (bebida alcoólica, etc)? Daí os hipócritas sugerem medidas muito simples para problemas complexos: O Estado libera o uso de OUTRAS DROGAS ILÍCITAS e a POLÍCIA fiscaliza! Ora, bolas, se não estamos dando contas de fiscalizar sequer o consumo de tabaco por menores de 18 anos... a liberação do uso de outras drogas ilícitas somente irá contribuir para o caos atualmente existente nessa sociedade.

Não se iludam com o "canto da sereia" que prega a liberação do uso de drogas ilícitas como a "salvação da lavoura" (só se for de determinadas "lavouras"), porque até mesmo a tão "inofensiva" droga lícita (legal) que é o tabaco (cigarro) causa grandes conflitos com a lei, afinal de contas a carga de cigarros é muito cobiçada por quadrilhas especializadas em roubos a caminhões que transportam tais mercadorias... o contrabando/descaminho de cigarros do Paraguai é imenso... o uso de álcool e volante (e uma legislação inconsistente e"volátil") não dá segurança jurídica a uma atuação policial eficiente (No Brasil há várias interpretações jurídicas das infrações administrativas e dos crimes de embriaguez ao volante). 

Do exposto, conclui-se que é mera ilusão querer liberar o consumo das drogas e jogar a responsabilidade para as polícias  fiscalizarem, se mal dão conta de acompanharem  a evolução dos problemas sociais ocasionados pelas drogas (lícitas) atuais.


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